EQUIPAMENTOS CIENT͍FICOS

SANEAMENTO BÁSICO

SANEAMENTO BÁSICO

É o controle de todos os fatores do Meio Fí­sico do Homem que podem prejudicar a sua saúde.

É a solução dos problemas relacionados estritamente com o abastecimento de água, disposição dos esgotos e do lixo das comunidades humanas.

Segundo a OMS : "É o controle de todos os fatores do meio fí­sico do Homem que exercem efeito deletério (prejudicial) sobre seu bem estar fí­sico, mental ou social".

Saúde: é o Estado de completo bem-estar fí­sico, mental e social, e não somente a ausência de doenças.

Saúde pública: Ciência de promover, recuperar e proteger a saúde da população.

Indispensável para a manutenção da saúde humana. A implantação dos sistemas públicos de abastecimento de água, esgotamento sanitário e destino adequado do lixo traz uma rápida e sensí­vel melhoria na saúde e condições de vida de uma população. Como exemplo, podemos citar:

. Controle e prevenção de doenças;

. Promoção de hábitos higiênicos;

. Desenvolvimento de esportes;

. Melhoria da limpeza pública;

. Manutenção de praças e jardins;

. Combate a incêndios;

. Combate aos vetores.

Água

Recurso natural, indispensável à vida. (cerca de 70% do corpo humano é constituí­do de água). No globo terrestre apenas 1% da água está disponí­vel para consumo humano, os 99% restantes estão sob forma de geleiras (2%), oceanos e mares (97%).

A água como o ar é um recurso natural, presente em toda a biosfera (solo ar, seres vivos, etc.). Indispensável à vida, pode se tornar prejudicial quando não tratada devidamente. Daí­ ser a qualidade da água tão importante quanto a sua quantidade.

O homem inadvertidamente, vem poluindo as águas, contribuindo para o surgimento de muitas alterações nos recursos hí­dricos, provocando a destruição total ou parcial da vida ali existente. Pela intensidade poluidora, podemos destacar alguns tipos de poluição hí­drica: natural, termal, esgotos, industrial e por agrotóxicos.

A qualidade dos Recursos Hí­dricos não é responsabilidade exclusiva dos poderes públicos; devemos nos organizar em comunidades; para defender, conservar e desfrutar de um ambiente saudável.

Dados da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental atestam que o Brasil gasta anualmente cerca de R$2,5 bilhões no tratamento de doenças causadas pela falta de Saneamento Básico. Se todo esse dinheiro fosse gasto com obras para melhoria do Sistema de água, lixo e esgoto, cujas condições atuais são responsáveis por 80 % de doenças que afetam a população brasileira, certamente o Brasil estaria mais perto do primeiro mundo.

Na realidade, não se encontra na natureza água totalmente pura. Ela sempre contém impurezas que podem ser de origem fí­sica, quí­mica ou biológica. Os manuais definem como água potável, aquela que apresenta impurezas abaixo dos valores máximos permitidos, não causando malefí­cios ao homem - boletim de análises.

As impurezas de natureza fí­sica estão relacionadas a cor, turbidez, sabor, odor e temperatura.

As impurezas quí­micas resultam da presença de sais, cloretos, fluoretos, metais pesados e outros compostos quí­micos.

As impurezas biológicas são microrganismos como bactérias, ví­rus, protozoários e vermes, que podem causar uma variada gama de doenças.

Poluição da água

Os povos primitivos associaram a ideia de águas sujas com a transmissão de doenças. Eles observaram que, em época de chuva, quando as águas se tornavam barrentas, ocorriam epidemias de febre tifoide e outras doenças nas populações que bebiam essas águas. Atualmente, essa coincidência entre o mau aspecto das águas e a transmissão de doenças nem sempre ocorre, pois os esgotos vão para os rios, através de tubulações, independentemente das chuvas. Assim sendo, as águas podem ser turvas sem conter patogênicos ou podem ser contaminados por patogênicos sem ficarem turvas (quando a quantidade de esgoto é pequena em relação ao volume da água do rio).

A falsa ideia de que somente as águas com alterações do sabor a da sua qualidade estética podem transmitir doenças pode Ter, ás vezes, graves consequências. Muitas pessoas preferem, por exemplo, beber água cristalina e nascentes ou de poços em lugar de torneira que é tratada e distribuí­da pelos serviços públicos.

Freqí¼entemente, entretanto, a água dos poços e nascentes é contaminada pela proximidade de fossas e lançamentos de esgotos. A contaminação se dá por infiltração através do solo, de tal maneira que as partí­culas em suspensão ( causadoras de turbidez ) ficam retidas neste, enquanto que as bactérias e ví­rus, por serem muito menores, atravessam o solo atingido a água do poço ou da nascente que, embora "limpa" passará a transmitir doenças.

Além do aspecto estético de doenças, a poluição pode causar também desequilí­brios ecológicos. Geralmente isso ocorre quando são lançadas ao rio grandes quantidades de resí­duos orgânicos. A matéria orgânica é geralmente biodegradável seja ela proveniente de esgotos, ou qualquer outra origem, como restos de alimentos ou produtos industriais (açúcar por exemplo). Sendo biodegradável, ela pode ser utilizada como alimento pelos microrganismos decompositores da água (bactérias, fungos e outros seres saprófitos que vivem e proliferam normalmente nas áreas). Quanto maior for a quantidade de matéria orgânica lançada í  água, maior o número de microrganismos que aí­ se desenvolverão. Esses microrganismos respiram, consumindo o oxigênio dissolvido na água. Assim sendo, quanto maior a quantidade de matéria biodegradável, maior o número de decompositores e maior o consumo de oxigênio.

Como a água constitui um ambiente pobre em oxigênio (por causa da baixa solubilidade deste) esse excessivo consumo respiratório pode causar a extinção de todo o oxigênio dissolvido. O que ocasiona a conseqí¼ente morte dos peixes e outros seres aeróbicos.

O principal aspecto a merecer a nossa atenção é que a morte dos peixes neste caso, não é provocada pela presença de tóxicos ou de qualquer substância nociva, mas sim pelo excesso de alimentos no meio. Uma usina de açúcar pode poluir um rio por lançar nele nada mais do que açúcar.

Trata-se, pois. De um desequilí­brio ecológico e não de um envenenamento das águas e esta é a causa mais freqí¼ente de morte de rios poluí­dos.

Esse tipo de poluição não é nociva ao homem, diretamente, pois este não faz parte dos ecossistemas aquáticos. Apenas os organismos que respiram dentro do ambiente lí­quido são afetados. Indiretamente, entretanto, o homem é prejudicado, seja pelo desaparecimento dos peixes que constituem uma importante fonte de alimento proteico, seja pelas dificuldades que a poluição em geral pode provocar em relação ao tratamento da água para abastecimento.

Autodepuração dos cursos d'água

Os esgotos e resí­duos orgânicos que são lançados a um rio vão pouco a pouco, sofrendo um processo de transformação ou estabilização, da qual resulta a formação de pequenas quantidades de sais minerais dissolvidos na água. Diz-se, pois, que o rio, depois de poluí­do, sofre um processo de autodepuração, mediante o qual ele volta às suas caracterí­sticas iniciais de águas limpas.

Além da estabilização dos compostos orgânicos, (ou seja, transformação de compostos instáveis em estáveis, que não mais se transformam), e de recuperação do oxigênio que foi consumido, a autodepuração compreende, também, a destruição dos organismos patogênicos que foram introduzidos no rio juntamente com os esgotos. Como vimos anteriormente, tais organismos, na água encontram-se em um ambiente desfavorável à sua sobrevivência. Vários são os fatores que concorrem para a sua destruição. Entre estes, devem ser destacados:

*Os raios ultra violeta da luz solar; a presença de microrganismos aquáticos que se alimentam de bactérias; a tendência a precipitação, geralmente na forma de flocos gelatinosos que vão ao fundo; as variações de temperatura e a presença de oxigênio no ambiente.

A água que uma cidade bebe precisa ter boa qualidade; precisa ser conhecida nos vários caminhos por onde passa chegar á torneira de uma residência ou uma indústria.

O Aspecto Turvo da água não significa necessariamente contaminação.

O homem desde épocas imemoriais, sempre teve uma grande preocupação com respeito ao aspecto ao aspecto estético das águas que bebe. Antigas civilizações há milênios já empregam métodos de filtração ou decantação para remover a turbidez provocada por partí­culas em sus pensão da água.

O que realmente causa dano á saúde humana ou de animais que bebem a água poluí­da, são as substâncias tóxicas (venenos) e microrganismos patogênicos que ela pode conter. Ambos, porém, são invisí­veis a olho nu, não alterando as caracterí­sticas estéticas da água.

Veiculação hí­drica de organismos patogênicos

Microrganismos patogênicos não se reproduzem nem vivem por muito tempo nas águas. Nelas são, encontradas porque foram introduzidos através dos esgotos ou resí­duos que contenham fezes humanas de pessoas doentes, pois o ambiente favorável à  vida é a proliferação desses seres é o próprio corpo humano. Uma vez expelidos para o ambiente externo, solo ou água, eles geralmente vivem pouco tempo, embora o suficiente, muitas vezes para que sejam ingeridos por outra pessoas que se tornará assim contaminada, adquirindo doença provocada por eles.

Quando não existem sistemas adequados de afastamento de esgotos e dejetos estes são lançados ao solo, nas imediações das casas de moradia. As águas de chuvas, lavando a superfí­cie, transportam esses resí­duos para os rios juntamente com partí­culas de terra e outros detritos. Dessa forma, as águas dos rios além de ficarem turvas por causa da terra, ficam também contaminadas com dejetos e com microrganismos pataog6enicos procedentes de pessoas doentes.

Nessas condições as águas passam a veicular bactérias, protozoários, ovos e formas imaturas de vermes nocivos ao homem e a outros animais.

Doenças de transmissão hí­drica

Ví­rus: Poliomielite, Hepatite Infecciosa;

Bactérias: Febre Tifoide, Desinteria Bacilar, Leptospirose, Cólera, Gastroenterites, etc;

Protozoários: Desinteria Amebiana, Giardí­ase, etc.

Cólera:

A Doença: O bacilo Ví­brio Cholerae instala-se nas paredes do intestino Delgado produz substâncias tóxicas, as enterotoxinas. Ao multiplicar-se, o Vibrião provoca intensa diarreia. Nos casos graves, pode ocorrer a perda de 10 a 20 litros de água por dia em condições normais, o organismo perde e, em seguida, recupera cerca de 2,5 litros de água por dia.

A Contaminação: Ocorre através da ingestão de água ou alimentos, inclusive frutos do mar, contaminados. O vibrião colérico atinge a água por meio de fezes humanas, vômitos ou dejetos portadores do bacilo. Até mesmo insetos que pousam em fezes infectadas podem contaminar os alimentos. Os indiví­duos são mais afetados onde é freqí¼ente a falta de água e esgoto.

A prevenção: Os epidemiologistas recomendam a fervura da água e o tratamento com cloro. O leite deve ser fervido, e os alimentos crus, como peixes ou frutos do mar, devem ser rigorosamente evitados. A organização Mundial da Saúde não recomenda o uso da vacina anticólera por causa da sua baixa eficácia. Confere imunidade a apenas 50% dos vacinados.

Esgoto

É a água que contém dejetos produzidos pelo homem. Também chamado de água servida. O esgoto vem das pias e banheiros das residências, restaurantes, escritórios e fábricas. A maior parte dos esgotos contém produtos quí­micos nocivos e bactérias causadoras de doenças.

Esgotos - rios, córregos, ribeirões, oceanos.

Ideal - tratamento antes de ser lançado na água

Não tratado tem odor e aparência desagradáveis e mata peixes, plantas aquáticas, etc.

Contaminação:

Quí­mica; Biológica.

Sistemas coletores sanitários:

Urbano;

Rural.

Fossa Séptica - é um tanque de concreto ou aço, enterrado e exclusivo de cada casa ou prédio.

Quando enche, deve ser limpa através de bombeamento, ou então depositado seu conteúdo em locais afastados de núcleos habitacionais e dos mananciais de abastecimento, para evitar contaminação.

Lixo doméstico

São resí­duos sólidos de origem: Doméstica, industrial, hospitalar, aterro sanitário e usina de reciclagem e compostagem.

Classificação dos aterros:

. Lixões: Céu aberto, não existindo qualquer tipo de cobertura, expondo a população a sérios riscos de saúde, com a disseminação de doenças e poluição do meio ambiente;

. Aterros comuns: Menor risco porque periodicamente se faz cobertura com material inerte;

. Aterros sanitários: Unidade de tratamento de lixo mais eficiente. Para sua implantação são considerados vários parâmetros ambientais: caracterí­sticas do solo, profundidade do lençol freático, distância dos centros urbanos;

Coleta: Introdução de processos de redução da quantidade de resí­duos coletados:

Projetos educacionais

Coleta seletiva

Reciclagem e reaproveitamento dos resí­duos - a reciclagem deve ser feita na própria fonte geradora (plásticos, vidros, metais, papel, etc.)

Higiene é o melhor remédio

Usar água fervida para beber, preparar alimentos, escovar os dentes e lavar a boca. A água para beber deve ser conservada em recipiente limpo e com tampa.

Evitar o consumo de alimentos duvidosos quanto í  higiene em seu preparo.

Lavar as mãos com água e sabão antes de preparar os alimentos, antes de comer, depois de usar o banheiro.

Lavar bem todos os alimentos antes do preparo e principalmente se forem consumidos crus.

Guardar os alimentos em refrigeradores, armários ou outros locais de proteção para que não fiquem expostos a insetos e poeiras.

Somente defecar em instalações sanitárias. Na impossibilidade, enterrar as fezes.

As roupas de doentes devem ser lavadas separadamente e desinfetadas.

Comer somente carne bem passada e sabidamente inspecionada.

Manter limpa a casa e o terreno ao redor, evitando a presença de moscas e outros insetos, roedores, e animais perigosos.

Conservar as mãos sempre limpas, as unhas aparadas e evitar colocar a mão na boca.

Não deixar as crianças brincarem em terrenos baldios, com lixo ou em água poluí­da.

Andar sempre com os pés calçados.

Procurar periodicamente um médico ou posto de saúde.


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